C U M P L I C I D A D E

Tenho a certeza que a cumplicidade é o ingrediente protagonista de qualquer relação saudável. Acredito que amplia as qualidades e diminui as diferenças. Faz aumentar a vontade de estar sempre juntos, de fazer coisas juntos, de sonhar juntos, de rir juntos, de QUERER juntos. Mas que também respeita o espaço e o tempo de cada um. Não anula, não exclui, não é castradora e é complacente com os gostos, hábitos, rotinas, valores e princípios de cada um. É a cumplicidade que nos faz ter aquela certeza cá dentro que podemos contar sempre com ele, com aquela pessoa, com aquele amor, com aquela dedicação, com aquela amizade, com aquele respeito, com aquele olhar que nos entende como ninguém. É que eu continuo a acreditar que nenhum amor sobrevive sem uma grande amizade como pilar. Tal como não acredito que nenhum amor sobrevive sem sentido de humor, sem desejo, sem aquele brilho no olhar e a vontade de que seja para sempre - mesmo que não seja; que seja só por muito tempo. CRIAR cumplicidade com alguém pode ser, até, um processo automático. Já aconteceu, com certeza com muitos de nós. Mas TER cumplicidade com alguém leva anos a dar-se. Quando se dá, quando ela se dá.

BIPOLARIDADE

Sempre soube que existia, mais nunca havia achado alguém que tenha tão próximo de mim. Um distúrbio; na verdade uma doença crônica, que afeta em média 1.6% da população mundial. Sempre fiquei imaginando como era possível alguém estar bem, e em questão de minutos mudar totalmente seu estado de humor; falar algo e depois mudar completamente aquilo que havia dito. O bipolar pode chegar ao extremo da depressão do suicídio a euforia de escrever um livro em um dia, isso varia caso-a-caso. A doença afeta a qualidade de vida da pessoa porque transforma o humor dele. O comportamento alterado durante os episódios agudos atinge em cheio suas relações familiares, sociais e produtivas. Tanto que a bipolaridade já é a sexta maior causa de incapacidade para o trabalho no mundo. Comecei a me interessar pelo assunto, e encontrei alguns relatos de pessoas bipolares; muitos dos casos não sabe que tem, e descobrem quando o distúrbio já esta em um estágio avançado.

"A alteração básica no paciente bipolar é o estado de humor. Vai da exaltação, da mania, à depressão profunda. São dois opostos", resume o psiquiatra Leonardo Magalhães Ferreira Lanna. Médico do Hospital Espírita André Luís, ele faz palestras sobre o tema periodicamente. E diz que, apesar de conhecida há tempos, a bipolaridade ainda é marcada pelo diagnóstico tardio - em média, feito dez anos após o surgimento dos primeiros sintomas.

Durante as crises, o portador da doença pode sofrer de depressão profunda, com tristeza acentuada, desânimo, pensamento lento, ideias exageradamente pessimistas e, em casos mais graves, tendências suicidas. Já na fase de euforia extrema, tem o humor exaltado, desinibição social, aceleração do pensamento, manifestações de impulsividade e pode abusar de álcool, drogas e jogos. Também quer fazer várias coisas ao mesmo tempo e passa a gastar dinheiro de forma excessiva. Atinge homens e mulheres, e pode se manisfestar em qualquer etapa da vida, mais em geral - segundo relatos os primeiros sintomas começam a aparecer na faixa dos 20 e 30 anos.

O humor das pessoas portadoras de bipolaridade pode ser comparado a uma onda do mar. Tão rapidamente como se eleva, pode também rebaixar.Boa notícia: Há tratamento!